Graduada em Marketing pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Flavia Queiroz, sócia na Matchbox Brasil, atua como COO na startup. Dona de uma trajetória profissional de 17 anos, casada e mãe de um filho de 9 meses, a líder passou por grandes empresas antes de se aventurar como sócia de sua própria startup. Durante nossa conversa, abordamos as particularidades de sua carreira, que é uma inspiração para outras mulheres que querem ocupar cargos de destaque. Vem com a gente e confira o resultado desse papo delicioso.
Desde o início da sua carreira, Flávia já sabia que entre os seus objetivos estava o de ocupar um lugar de destaque profissionalmente, mesmo sem saber exatamente os caminhos que trilharia. Apesar de ter a consciência de que queria brilhar, ser COO, ainda mais da sua própria empresa, definitivamente não estava na sua listinha de sonhos.
Lá no início, tudo foi acontecendo sem muito planejamento, como nos contou a própria executiva. De cara conseguiu uma vaga como efetiva em um banco. Nessa época, a profissional assistia aos seus colegas de faculdade entrando e saindo de estágios, enquanto pensava: “eles estão fazendo coisas muito mais interessantes do que eu”. Mesmo ouvindo a voz do seu sexto sentido dizer que marketing talvez não fosse o seu caminho, a estabilidade e benefícios oferecidos por um banco pesaram e a mantiveram no mesmo lugar.
Depois de se desligar dessa experiência profissional, Flávia empreendeu pela primeira vez, tornou-se sócia de uma empresa que planejava casamentos. A empreitada não foi financeiramente bem-sucedida, porém, revelou uma das paixões da entrevistada: gerenciar projetos. Só mais tarde ela entendeu que cada festa era um projeto para ser executado do início ao fim e era essa tarefa que fazia seus olhos brilharem.
Novamente no Mercado de Trabalho, a COO teve sua primeira experiência com Recursos Humanos. Depois da indicação de um amigo, passou por um processo seletivo para trabalhar na Michael Page, renomada empresa de headhunting. Apesar de não ter sido selecionada para ocupar a vaga de headhunter, seu currículo e perfil chamaram atenção e resultaram em um convite para que Flavia tocasse a criação de uma startup de seleção de trainees, dentro de uma das empresas do grupo.
Novamente a possibilidade de criar um negócio do começo ao fim fisgaram a ex profissional de marketing. Foi durante essa experiência que mais uma ficha caiu e Flávia entendeu que a carreira de jovens é outro tema que a fascina. Ela considera muito gratificante auxiliar quem ainda está no início da vida profissional a descobrir quais são seus objetivos e quais caminhos os levarão até eles.
Depois de anos trabalhando na Page Talent, a vontade de ter mais tempo para a sua vida pessoal fez Flavia decidir desligar-se da empresa. Para sua surpresa, no lugar de um “boa sorte” vindo dos seus parceiros, a executiva recebeu um convite para tornar-se sócia da startup Seja Trainee. Seus planos de afastamento foram substituídos por mais poder de decisão e responsabilidades. A criação da Matchbox Brasil foi uma consequência dessas movimentações e, como citado lá em cima, hoje a sócia exerce também a função de COO, na qual tem a responsabilidade não só de tocar projetos e entender de processos, mas também de compreender e motivar sua equipe, assim como de evoluir com o negócio.
A trajetória parece livre de solavancos e obstáculos mas, segundo a executiva, não foi bem assim. A falta de planejamento foi um dos maiores problemas enfrentados. Talvez se tivesse entendido suas verdadeiras vocações lá no começo, teria investido menos tempo em caminhos que não necessariamente contribuíram para que ela chegasse no lugar que atualmente ocupa. Além disso, a dificuldade para valorizar suas próprias qualidades, muitas vezes dificultaram seu percurso.
Essa insegurança a acompanhou por muito tempo e quanto mais sucesso e responsabilidades ela conquistava, maiores eram suas dúvidas sobre o valor das suas opiniões. Com o passar do tempo Flavia entendeu que sua posição era resultado de muito trabalho e que seu direito de opinar não veio de graça e esses eram motivos suficientes para que ela fosse ouvida. Praticar a empatia com sigo mesmo a fez entender que ninguém consegue ser perfeito e “tudo bem falar besteira de vez em quando”.
É claro que além de pedras, essa trilha também teve flores, além das paixões por gerir projetos e cuidar de carreiras iniciantes, Flavia aponta a construção de relacionamentos como uma de suas maiores alegrias profissionais. Esse gosto por construir pontes e trabalhar em equipe cai como uma luva sobre seu cargo de COO, já que é dela a responsabilidade de encontrar um meio termo entre o que precisa ser vendido e o que pode ser produzido. Para encontrar esse equilíbrio é preciso entender o ritmo de cada colaborador, é preciso ter empatia.
A maternidade foi um divisor de águas nessa carreira. A COO afirma ainda estar se adaptando a mais essa função e diz logo de cara: “É impossível ser 100% mãe e 100% profissional”. A família espera que mulheres sejam mães como se não trabalhassem, enquanto as empresas esperam que elas sejam profissionais como se não tivessem filhos. No meio disso tudo é importante lembrar que essa mãe e profissional é também uma pessoa que merece ter tempo para si, apesar desses dois títulos que carrega.
Será que ainda sobraram sonhos? Sim e não são pequenos! Como empresa, Flavia sonha em revolucionar o mercado de recrutamento, tornando as ligações entre colaboradores e empresas verdadeiramente transparentes e frutíferas para ambas as partes. Como profissional, ela tem vontade de evoluir e poder ser uma referência também na área de negócios, conseguir olhar para essa parte de maneira ampla e estratégica.
Ao final da conversa, a empresária foi questionada sobre a possibilidade de um dia não trabalhar. Mais uma vez a resposta veio sem rodeios: “Não me vejo sendo mãe e dona de casa, exclusivamente”. Por mais que ame sua família, Flavia nos contou precisar do frio na barriga que só a rotina do trabalho pode trazer. Ah, tá aí mais uma paixão que esquecemos de listar, ela ama resolver problemas!
Confira no vídeo qual mulher a inspira profissionalmente, suas considerações sobre a inclusão de mulheres em cargos de liderança, quais as características que devem ser inerentes aos que ocupam cargos como os de CEO e COO, além de dicas que Flávia dá para aqueles que estão no início da vida profissional.